Actualizada em 11 de Janeiro de 2013
1889 |
Nasce a 21 de Março, em Lisboa, na Rua do Mirante, freguesia de Santa Engrácia, perto do Vale da Santo António num prédio, que, segundo o próprio relata nas suas «Peregrinações» era «…uma reconstrução de 1844, que pertenceu à família Vilas Boas e depois à família Araújo…». Filho de Ernesto Maria de Araújo (n. 1868), comerciante, e de sua mulher Carolina do Amaral Moreira (n. em 1869).
Era neto paterno de António Maria de Araújo (1832-1909), comerciante e de sua mulher D. Rosa Alves da Cruz, que faleceu em 1890 e, materno de Manuel Moreira (1838-1902), natural do Tramagal e, de sua mulher D. Florinda do Amaral Moreira Ludovice (1840-1900), natural de Santa Margarida da Coutada, concelho de Constância. Há notícia, não confirmada, de seu bisavô paterno, ser filho de Francisco Maria Coelho de Araújo ou Francisco Maria Vilas Boas de Araújo, fidalgo empobrecido, aparentado com os Vilas Boas de Ponte de Lima ou de Viana de Foz do Lima (?). |
1895/96 |
Morte prematura de seus pais, tendo ficado a cargo de seu tio materno José do Amaral Moreira, indo viver num prédio pertencente a seu avô materno Manuel Moreira, na rua do Campo de Santa Clara |
1899/1900 |
Terminada a instrução primária entra para o Seminário de S. Vicente para iniciar os estudos preparatórios mas cedo abandona o Seminário passando a frequentar o liceu. |
1904 |
É admitido como aprendiz de tipógrafo na Imprensa Nacional onde se habilitou na escola privativa, como artista gráfico. |
1908 |
Em finais de 1908, após a fusão do Sport Lisboa com o Grupo Sport Benfica, dando lugar ao Sport Lisboa e Benfica, Norberto de Araújo torna-se sócio do Clube. Cosme Damião um dos dirigentes do Clube fá-lo secretário responsável pelas notícias, tendo ainda colaborado na organização e realização de várias provas desportivas. |
1911 |
Casamento com D. Lucrécia do Ó Lopez de La Cruz Méndez, natural de La Línea de la Concepción, Cádiz, Espanha |
1912 |
7 de Setembro – Nascimento de sua filha Ernestina Mendes de Araújo |
1913 |
Em 6 de Abril, profere uma conferência em co-autoria com Artur Pereira Mendes sobre «Aspectos da tipografia em Portugal»
Colaborou desde a sua fundação em 1913 no jornal do Sport Lisboa e Benfica – o semanário «Sport Lisboa» – desempenhando várias funções e acabando por ser redactor, cargo em que se manteve até 24 de Dezembro de 1914. Em 16 de Agosto – Nascimento de seu filho Marius Mendes de Araújo |
1914 |
Em 5 de Abril, proferiu a sua segunda conferência na Imprensa Nacional intitulada «Democratização da Arte», que lhe valeu rasgados elogios
Em 11 de Abril – Récita de Homenagem à Actriz Palmira Bastos, dedicada à Associação Tipográfica Lisbonense, realizada no Teatro Avenida. Norberto Araújo dedica-lhe um poema anónimo intitulado «A Primeira Impressão», impresso na Imprensa Nacional. 22 de Agosto – Participou no Banquete do 2º Aniversário do Sport Lisboa e Benfica, no Restaurante Club, escrevendo na ocasião os seguintes versos: Não bebo há mais de 3 anos, de vinho qualquer porção. Mas hoje juro que faço excepção, E se o faço digo e juro É só por vossa atenção. Muito custa nesta vida A ter um bom coração |
1915 |
Conferência da série Renascimento Gráfico, sobre o tema «Da Iluminura à tricromia», proferida na Associação dos Compositores de Lisboa |
1916 |
9 de Março – nomeado para integrar a Comissão de Subsistências – organismo de guerra – presidido pelo Ministro do Fomento
20 de Junho – Nomeado pelo Ministro do Abastecimento e Transportes para fazer parte da Comissão encarregada de organizar o regulamento interno do Ministério 30 de Dezembro – Após o apresamento de todos os navios alemães em portos portugueses, a pedido de Inglaterra, em Março de 1916, a Alemanha declarou guerra a Portugal a 9 de Março, apesar de já se combater em África contra os alemães desde 1914. Norberto de Araújo, com 28 anos de idade, já casado e com 2 filhos, apesar de ter sido inspeccionado em 1910 e declarado isento de prestação de serviço militar, apressou-se a requerer ao Ministro da Guerra que, desejando prestar serviço militar solicitava ser submetido a uma Junta de Reinspecção. O requerimento foi indeferido Por convite de Luís Derouet – Director-Geral da Imprensa Nacional e jornalista, inicia-se no jornalismo, no jornal «O Mundo», onde o primeiro era redactor. |
1917 |
Transfere-se para o jornal «A Manhã» de Mayer Garção e Luís Derouet, onde mantêm uma coluna diária – as «Miniaturas» e passado pouco tempo torna-se co-proprietário do jornal |
1918 |
27 de Janeiro – Arrenda um andar na Rua Vítor Bastos, nº 17, 3º Dtº, em Campolide
13 de Abril – nomeado Chefe da 3ª Repartição do Ministério do Abastecimento e Transportes com o ordenado de 120$00. 22 de Abril – apresentou pedido de demissão do referido cargo tendo o mesmo sido indeferido. |
1919 |
29 de Maio – nomeado Chefe da 2ª Repartição, da Direcção-Geral do Comércio Externo, do Ministério do Abastecimento e Transportes, serviços que em Novembro transitaram para a o Ministério das Finanças, Direcção-Geral das Alfândegas
25 de Junho – nomeado por despacho ministerial para Chefe da 2ª Repartição da Direcção-geral do Comércio Externo 8 de Setembro – nomeado para exercer interinamente o cargo de Director-Geral do Comércio Externo, que exerceu até o dia 29 de Setembro |
1920 |
Publica Miniaturas, Aillaud & Bertrand
Alberto Barbosa e Norberto de Araújo. Negócio da China: revista em 2 actos e 10 quadros, (Lisboa: Costa Sanches, 1920) Publicou uma série de reportagens no «Diário de Notícias» sobre a crise política em Itália – crescimento do movimento sindical anarquista e de esquerda no período do pós-guerra, que conduziu à ocupação de fábricas pelos operários e de terras pelos camponeses, sobretudo em Turim e na Ligúria. A reacção do patronato com despedimentos coercivos e, o apoio do Governo que enviou tropas para as portas das fábricas, conduziu a greves gerais maciças decretadas pelas organizações anarco-sindicalistas e, ao crescimento do movimento fascista chefiado por Benito Mussolini. Cobriu também os acontecimentos em Fiúme, aquando da aplicação do Tratado de Rapallo pelo qual a Itália reconhecia a autonomia da Cidade-Estado, com a oposição dos nacionalistas chefiados por D’Annunzio. |
1921 |
20 de Abril – Almoço de homenagem a Norberto de Araújo no Restaurante Tavares oferecido por um grupo de jornalistas por ocasião da concessão do grau de Oficial da Ordem da Coroa de Itália pelas reportagens enviadas por Norberto de Araújo para o «Diário de Notícias» |
1922 |
Por recomendação de seu colega o jornalista Norberto Lopes entra para a redacção do jornal «Diário de Lisboa» dirigido por Joaquim Manso, onde depressa alcançou enorme prestígio entre os colegas, ajudando a tornar popular o jornal pela nova forma de fazer jornalismo;
Publica Varanda dos Meus Amores, Aillaud & Bertrand; 17 Agosto- 27 de Setembro – Integra a comitiva do Presidente da República Dr. António José de Almeida na Visita de Estado ao Brasil como enviado do «Diário de Lisboa», conjuntamente com Norberto Lopes, nas comemorações do Primeiro Centenário da Independência do Brasil. |
1923 |
Publica O Crime da Carne Branca, Lisboa : Imp. Libânio da Silva, 1923, 31 p. |
1924 |
Publica Vinha Vindimada, Aillaud & Bertrand, com capa de Alfredo Morais
El Loco de las Estampas, Madrid, traducción de A. Gonzalez Blanco, Madrid, La Novela Semanal nº150, 1924 Levada à cena a peça de teatro Dentro do Castigo estreada a 14 de Maio de 1924, pela companhia societária do Teatro Nacional. 31 de Dezembro – na lista de antiguidades da Secretaria-Geral do Ministério das Finanças, como Chefe de Repartição do quadro especial do Ministério das Finanças era o funcionário mais antigo, com 1903 dias de serviço «Por iniciativa do jornalista Norberto de Araújo, do Diário de Lisboa, e do arquitecto José Pacheco, director da revista Contemporânea, a decoração da Brasileira do Chiado, aquando da sua remodelação em 1924-1925, é entregue aos modernistas Eduardo Viana, António Soares, Jorge Barradas, Stuart Carvalhais, Bernardo Marques, José Pacheco e José de Almada Negreiros» [cf. Fundação Calouste Gulbenkian – Centro de Arte Moderna, sobre José de Almada Negreiros – Auto-Retrato num grupo (Pintura decorativa – Café “A Brasileira” do Chiado), 1925 – Maio de 2010] |
1925 |
Publica Novela do Amor Humilde, Aillaud & Bertrand, com capa de Stuart Carvalhais
Maio – Enviado pelo «Diário de Lisboa» a acompanhar a Peregrinação Portuguesa a Roma no Ano do Jubileu, escreve uma série de notáveis reportagens e entrevistas. Sua filha Ernestina, de onze anos, acompanha-o nesta viagem. 31 de Dezembro tinha 2.268 dias de antiguidade na lista do Ministério das Finanças |
1926 |
Inicia colaboração na «Ilustração» e na «Ilustração Portuguesa»;
Dá à estampa o livro Portugueses em Roma, editado pela Renascença Gráfica, compilação das reportagens e crónicas que escreveu para o “Diário de Lisboa” durante a Peregrinação do Ano Santo, a Roma. No Prefácio elucida-nos sobre as suas convicções. «Encerro estas linhas com a afirmação da minha crença cada vez maior em Deus; do meu amor, cada vez mais radicado, às cousas de Pátria; da minha esperança, cada vez mais firme, numa República, tolerante, progressista – e tradicionalista»! |
1927 |
2ª edição da Novela de Amor Humilde, Aillaud & Bertrand
O Despertar de Rosa Maria / Helena Bianchini ; pref. de Norberto de Araújo. Lisboa, Portugália, 1927 |
1928 |
Colaboração com a coluna A semana sentimental, no jornal «O Notícias Ilustrado» dirigido por Leitão de Barros e onde escreviam também, Norberto Lopes, António Ferro, V. Chagas Roquete e Homem Cristo
Peça Duas Mulheres representada no Teatro Trindade, nos 50 anos de teatro de Adelina Abranches e incluída como peça de exame no reportório do Conservatório e em 18 de Março, no Teatro São Luiz, interpretada por Lucília Simões e Aura Abranches. 15 de Março, por força do decreto 15.179, passou a adido, em serviço, por fazer parte do quadro especial |
1929 |
Em 16 de Agosto – nascimento de sua filha Maria Gabriel Cirilo Machado de Araújo, tida da escritora D. Maria Sofia Pinto Basto Cirilo Machado (1897-1933)
Outubro – Integrou a comitiva do Presidente da República Marechal Óscar Carmona na Visita de Estado a Espanha como enviado do «Diário de Lisboa» Novela del Amor Humilde, Madrid, Ediciones Oriente, 1929 Passa longe o amor – novelas, Lisboa, Sociedade Contemporânea de Autores Capa do «Sempre Fixe» dedicada a Norberto de Araújo pela sua reportagem em Gibraltar aos tripulantes do “Dornier 16” e a Cristovam Aires pela entrevista em Algegiras. |
1930 |
Transitou para a Direcção-geral das Alfândegas do Ministério das Finanças
Cobertura do julgamento do caso Alves dos Reis no processo da burla ao Banco de Angola e Metrópole Início da série de crónicas publicadas no «Diário de Lisboa: Como se trabalha em Lisboa |
1931 |
Fado da Mouraria, Lisboa, Francisco Franco
Começo de campanha no “Diário de Lisboa” em prol da recuperação do histórico Convento dos Capuchos da Caparica, votado ao abandono e em ruínas e, a Igreja transformada em curral de gado, devido à inércia do proprietário e à omissão das autoridades. |
1932 |
Membro do Júri do Prémio da Imprensa, da Casa da Imprensa, com Matos Sequeira, escritor Ferreira de Castro, Manuel Ribeiro, Dr. Alfredo Carneiro da Cunha e o Dr. Fidelino Figueiredo |
1934/35 |
Integra a Comissão Executiva das Festas de Lisboa de 1934/35, que organizou o Cortejo das Marchas Populares, na noite de Santo a convite de Leitão de Barros
Em 26 de Janeiro é eleito Presidente da Direcção do Sindicato dos Profissionais da Imprensa de Lisboa – Casa da Imprensa, cargo que exerce até 1935. Era o sócio nº 73 com a Carteira Profissional, nº 117, do ano de 1934. No termo do exercício do cargo de Presidente da Direcção da Casa da Imprensa é louvado pela nova Direcção Membro da Comissão Executiva das Festas da Cidade Autor da letra da Grande Marcha de 1935 (“Lá vai Lisboa”), com música de Raúl Ferrão, imortalizada na voz de Amália Rodrigues |
1936 |
Sócio nº 73 e co-fundador do Grupo dos Amigos de Lisboa, com Alberto Mac-Bride, Eugénio Mac-Bride, Álvaro Maia, Augusto Vieira da Silva, Eduardo Neves, Gustavo de Matos Sequeira, João Pinto de Carvalho (Tinop), José Pereira Coelho, Leitão de Barros, Levy Marques da Costa, Luís Pastor de Macedo, Mário de Sampayo Ribeiro e Rocha Martins
16 de Maio – Concurso de Canções do Vinho e da Uva promovido pelo “Diário de Lisboa”, 1º classificado – Júlio de Jesus Martins, aluno do 3º ano da Faculdade de Letras de Lisboa e futuro genro de Norberto de Araújo, com a poesia “Amigo Antigo”, musicada pelo Maestro Frederico de Freitas (DL, 16.05.1936) Lisboa tem um sentimento, Lisboa, Serviços Industriais da Câmara Municipal, 1936 – Sep. das conferências sobre problemas de urbanização, realizadas no salão nobre dos Paços do Conselho, de Novembro de 1934 a Janeiro de 1935 Colaborou com vários verbetes sobre palácios e monumentos de Lisboa para a Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Lisboa, Rio de Janeiro, Ed. Enciclopédia, 1936- [1960] |
1937 |
Membro do Júri do Concurso de Poemas do Vinho e da Uva, promovido pelo «Diário de Lisboa»
14 de Março – Visita do Grupo dos Amigos de Lisboa ao Mosteiro de S. Vicente de Fora – alocução descritiva de Norberto de Araújo com enorme afluência de público. |
1938 |
Publica Peregrinações em Lisboa, em 3 volumes, de 15 fascículos, com a direcção artística e ilustrações do Pintor Jaime Martins Barata. A saída do 1º fascículo das «Peregrinações» foi saudada no «Sempre Fixe», com uma caricatura de Francisco Valença, alusiva ao autor, ao ilustrador e editor das «Peregrinações»
Em 16 de Abril de 1938 – Casamento de sua filha Ernestina (“Tina”) com o Professor Capitão Dr. Júlio de Jesus Martins, na Igreja de S. Sebastião da Pedreira No âmbito dos festejos promovidos pelo jornal «O Século», comemorativos das Bodas de Ouro do Futebol Português, teve lugar o I Congresso Nacional de Futebol, tendo Norberto de Araújo apresentado uma comunicação intitulada O futebol sugestão de arte, a convite de Cândido de Oliveira, jogador e treinador de futebol, seleccionador nacional, jornalista desportivo e fundador do jornal «A Bola» e, figura marcante do Futebol nacional (cf. «O Século», 14.10.1968). |
1939 |
Em 27 de Janeiro nascimento de sua neta primogénita Maria Ernestina de Araújo Jesus Martins (“Tinita”)
Inventário de Lisboa – Conferência realizada no salão nobre dos Paços do Concelho na tarde de 25 de Maio de 1939. Lisboa : Câmara Municipal 1939. – Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa Chefe de Repartição, adido, em serviço na Direcção-Geral das Alfândegas obtém uma licença sem vencimento Galardoado com o Prémio Júlio de Castilho, pela sua obra sobre a Cidade de Lisboa. Este Prémio foi criado pela C.M.L. destinado a galardoar a melhor obra impressa que se publicasse sobre Lisboa no decurso dos anos 1939-1940. Aluga casa ao ano na Caparica – Quinta do Outeiro da Bela-Vista, onde passa as férias de Verão com sua Família |
1940 |
17 de Janeiro – Reportagem sobre o torpedeamento do vapor Holandês «Arendskerk» por um submarino alemão
30 de Abril – Recebe das mãos do Presidente da República Marechal Óscar Carmona, o Prémio Júlio de Castilho, na presença do Dr. Mário Paes de Sousa, Ministro do Interior e do Professor Doutor António Faria de Carneiro Pacheco, Ministro da Educação Nacional. Autor da letra da Grande Marcha de Lisboa de 1940 (“Olha o manjerico”), com música de Raúl Ferrão 22 de Dezembro – Casamento de seu filho Dr. Marius Mendes de Araújo com D. Maria Júlia Quina Ribeiro Colaborou na «Exposição do Mundo Português» comemorativa do Duplo Centenário da Fundação do Estado Português em 1140 e, da Restauração da Independência em 1640, dirigindo, em representação do Grupo dos Amigos de Lisboa, o Pavilhão de Lisboa, do Arquitecto Luís Cristino da Silva, e com a direcção e colaboração artística de Martins Barata: Diaporamas no Pavilhão de Lisboa; Painéis no átrio do Pavilhão e baixo-relevo no pátio. |
1941 |
Em 12 de Novembro nascimento de seu neto varão primogénito Professor Doutor Jorge Quina Ribeiro de Araújo |
1943 |
Publica Legendas de Lisboa – Lisboa: S. P. N. – 1943 |
1944 |
Início da publicação do Inventário de Lisboa, 12 fasc., I-VII, (VIII- XII concluído por Durval Pires de Lima), 1944-1955
Portugal, Síntese Turística ordenada por Regiões ou Províncias, Lisboa, ed. SPN, |
1945 |
Reportagem sobre a visita da rainha D. Amélia ao Panteão de S. Vicente de Fora |
1946 |
7 de Abril – nas bodas de prata do jornal «Diário de Lisboa», o director Joaquim Manso qualificou Norberto de Araújo como “homem de carácter, de dignidade e de inteligência” (cf. Jorge Mangorrinha e Elisabete Gama, Norberto de Araújo, Jornalista e Olisipógrafo) |
1947 |
3 de Junho – Discurso de Norberto de Araújo nas Comemorações do VIII Centenário da Tomada de Lisboa aos Mouros, evocação dos cronistas de Lisboa
Autor da letra da Grande Marcha do Centenário, de 1947 (“Lisboa nasceu”), com música de Raúl Ferrão 23 de Junho – Exibição das Marchas Populares no Palácio dos Desportos diante do júri – entrega de Medalhas Comemorativas às Veteranas das marchas de 1934-35 e 1940, por D. Maria Gabriel Cirilo Machado de Araújo, filha de Norberto de Araújo e, Fernando Abranches, filho da actriz Aura Abranches (DN, de 24.06.1947, p. 5) No Tempo dos Afonsins, in “Lisboa Oito Séculos de História”, Gustavo Matos Sequeira (dir.); Jaime Martins Barata e José de Almada Negreiros (colb. artística) – Obra comemorativa do 8º Centenário da Tomada de Lisboa aos Moiros. Câmara Municipal de Lisboa. MCMXLVII, pp. 143 e ss. |
1948 |
Formatura em Direito de seu filho Marius de Araújo
29 de Agosto – Discursa na Torre da Caparica na cerimónia de descerramento da lápide na casa onde viveu Bulhão Pato 30 de Outubro – Dia da Cidade – Numa sessão presidida pelo Presidente da República Marechal Óscar Carmona, no salão nobre dos paços do concelho, Norberto de Araújo recebeu a Medalha De Ouro da Cidade entregue pelo Chefe de Estado, com que foi distinguido pela sua obra de olisipógrafo. (cf. Anais do Município de Lisboa, 1948) 13 de Novembro – Jantar de homenagem, oferecido pela direcção e redacção do «Diário de Lisboa» na «Adega Mesquita, no Bairro Alto, celebrando a condecoração com a Medalha de Ouro da Cidade. |
1949 |
4 de Julho – Conferência de Norberto Araújo, na Câmara Municipal de Lisboa, sobre Camões e Aquilino Ribeiro |
1950 |
Pequena Monografia de São Vicente, Lisboa: Grupo dos Amigos de Lisboa – S.d. Trata-se do texto da palestra proferida por Norberto de Araújo na visita guiada a S. Vicente de Fora, que incluiu o antigo Mosteiro, a Igreja e ao Panteão da Casa de Bragança, em Março de 1937 |
1951 |
Agosto/Setembro – Publica no “Diário de Lisboa” uma série 13 crónicas intituladas “Velhas Reportagens” com evocações de acontecimentos históricos
Artigo sobre D. Lourenço Pires de Távora e o Convento dos Capuchos da Caparica, que no ano anterior havia finalmente sido adquirido pela Câmara Municipal de Almada, que deu início às obras de reabilitação, começando pela Igreja. Artigos sobre quintas do concelho de Almada, designadamente, a quinta de S. Macário 11 de Novembro – Conferência de Norberto Araújo no palácio Galveias sobre a Exposição Casas da Câmara |
1952 |
4 de Julho – Conferência «Lisboa de há cem anos, a propósito do centenário do Jardim da Estrela»
25 de Novembro – Morre em Lisboa na sua casa na Rua Vítor Bastos, em Campolide O «Diário de Lisboa» dedica-lhe a 1ª página e evoca a sua carreira e obra, em artigo de Artur Portela de 3 páginas. |
1953 |
Prémio Afonso de Bragança (Jornalismo e Reportagem) concedido postumamente a «Velhas Reportagens» e «A Cerimónia de Encerramento do Ano Santo» de Norberto de Araújo.
Janeiro – Gustavo Matos Sequeira publica um elogio na Revista «Olisipo», do Grupo dos Amigos de Lisboa Artur Portela seu amigo e colega publica -“Norberto de Araújo: O Jornalista e o Escritor”, Lisboa, Gazeta dos Caminhos de Ferro – a melhor notícia biográfica de Norberto de Araújo, sucessivamente citada e mais comummente plagiada ou, copiada, até aos dias de hoje |
1954 |
Por sugestão igualmente do jornalista Artur Portela, Gustavo de Matos Sequeira membro da Comissão Consultiva Municipal e vogal da Comissão de Toponímia propõe que a CML lhe atribuísse um topónimo no bairro de Alfama, iniciativa que apenas se concretiza 2 anos depois |
1956 |
Em Janeiro a C.M.L. atribuiu-lhe um topónimo em Alfama na antiga Rua da Adiça junto à Torre Moura esquecendo-se porém, como lamentaria anos mais tarde Baptista-Bastos, de mencionar a sua função essencial de jornalista. |
1957 |
2 de Julho – Inauguração de placa toponímica na Costa da Caparica – Homenagem a Norberto de Araújo presidida pelo Governador Civil de Setúbal e em que foram oradores o director do Jornal «Praia do Sol, Sr. António Correia, o P.C.M. de Almada, Dr. Aquiles de Monteverde e o Presidente da Casa da Imprensa – o jornalista Artur Portela que produziu uma vibrante oração. No final o Dr. Marius de Araújo agradeceu a homenagem em nome da Família (cf. «O Século», de 3.07.1957). |
1971 |
21 de Março – Homenagem a Norberto de Araújo na «Adega Mesquita» com o descerrar de uma lápida evocativa «Homenagem da Adega Mesquita a Norberto de Araújo poeta e jornalista ilustre Lisboa, 21-03-1971», iniciativa do jornalista Fernando Peres. Falaram o jornalista Leopoldo Nunes e o Dr. Augusto de Castro, director do «Diário de Notícias» e, em nome da Família, o filho do homenageado Dr. Marius de Araújo.
O Dr. Augusto de Castro considerou Norberto de Araújo «o último de uma geração de mosqueteiros românticos que existiram no jornalismo português», fazendo-o pensar «na grandeza e na miséria desta profissão de cavaleiros de letra redonda para que ele nasceu, de que ele viveu e em que prematuramente morreu».(DL 21-03.1971) |
1980/84 |
Jornalista Baptista-Bastos clama no “Diário Popular” pela urgência de reeditar as «Peregrinações em Lisboa» |
1989 |
20 de Março – No I Centenário do seu nascimento, o jornalista Professor Appio Sottomayor, na sua coluna «O Poço da Cidade», no jornal «A Capital», de 20 de Março, evocou a sua obra faz-lhe o elogio, lamentando que por ocasião do centenário a comemoração se resumisse a uma exposição no Palácio Galveias, pugnando pela reedição das «Peregrinações» como a maior homenagem que Lisboa poderia prestar a quem tanto a amou.
«A Capital» dedica página e meia á efeméride, na sua edição de 21 de Março O «Diário Popular», de 21 de Março de 1989, dedica-lhe 3 páginas em artigo evocativo do jornalista Baptista- Bastos numa singela homenagem ao jornalista de velha escola que afirma: «Fundador de jornais, cronista que recuperou (renovando) a grande tradição do género legada pelo século XIX; entrevistador que não iludia perguntas nem estava comprometido com o medo; repórter de frase curta, palavra solta, liberta da ganga da retórica – Norberto de Araújo introduziu na Imprensa Portuguesa, o que, abusivamente, se chama hoje de «jornalismo cultural». Esse jornalismo pretendia sobrepujar-se ao laconismo da informação medida a centímetro, dando voz àqueles que, no teatro, na narrativa, na poesia, na pintura e, até, no cinema, criavam situações novas na cultura.» Sobre o olisipógrafo, Baptista-Bastos adianta «…Norberto de Araújo retratou Lisboa – com pessoas. Nunca a sua pena elidiu figuras, figurões, passante e personagens, heróis e carvoeiras, aguadeiros e santos, monges e varinas. Os seus belos livros estão pejados desse pessoal menor, da arraia-miúda, expressão tão cara a Fernão Lopes, o pai da prosa portuguesa e nosso mestre de reportagem. – Fernão Lopes que Norberto de Araújo lia, amava e propagandeava». Baptista-Bastos lembra ainda que Norberto de Araújo foi um criador de bibliotecas em muitas colectividades de cultura e recreio da cidade. Norberto Lopes, seu amigo e antigo colega, evoca-o e homenageia-o no «Diário de Lisboa» em artigo notável O «Correio da Manhã» na sua edição de 21 de Março fez eco da sugestão de homenagear Norberto de Araújo com a redição da sua obra magna. 21 de Março – Inauguração de mostra bibliográfica no Palácio Galveias que esteve patente ao público até o dia 9 de Abril. Em 24 de Junho – Sessão solene na sede do Grupo dos Amigos de Lisboa de Homenagem á memória de Norberto de Araújo. Foram oradores o Embaixador Dr. Mário Neves, antigo colega do homenageado no «Diário de Lisboa» e, o Prof. Cândido de Oliveira, Presidente do GAL e tendo sido descerrado um retrato do homenageado no salão nobre que se veio assim juntar aos de Júlio de Castilho, Vieira da Silva e Matos Sequeira. No final da sessão o genro do homenageado – Prof. Capitão Dr. Júlio de Jesus Martins anunciou a reedição em breve das «Peregrinações em Lisboa», com o apoio da C.M. de Lisboa e coma colaboração de Família de Norberto de Araújo que renunciou aos direitos de autor. |
1992 |
Reedição em fac simile das «Peregrinações em Lisboa» e das «Legendas de Lisboa», pela Editorial Vega com a colaboração dos Herdeiros de Norberto de Araújo, não tendo porém o contrato sido integralmente cumprido em relação aos Herdeiros |
2012 |
Novembro – Serviços Culturais da C.M. de Lisboa, através da Hemeroteca Municipal de Lisboa e do Gabinete de Estudos Olisiponenses, com o apoio do Grupo dos Amigos de Lisboa, promove três conferências e duas exposições por ocasião do 60º Aniversário da sua morte. |
Biografia extensa e bem cosntruída. Tenho uma questão: possuo um Guia e Planta de Lisboa por Norberto de Araújo e António Soares, mas desconheço a data em que foi impresso. A editopra foi a Livraria Portugália. Agradecia qualquer informação nesse sentido.
Cumprimentos
Pedro Aboim
Bom dia,
Grato pelo seu elogio. O Guia que possui, foi editado em 1943, embora não tenha data impressa e, existe uma edição em Francês com tradução de Renata d’Esaguy, de 1946.
Cumprimentos,
José Bragança
Bom dia
agradeço a informação. Se desejar uma reprodução, diga-me
Cumprimentos
Pedro Aboim
Adquiri, no último fim de semana e por mero acaso, uma cópia impressa deste guia e mapa superiormente escrito e ilustrado. Custou-me €4(!) num antiquário perdido nos confins do Alto-Alentejo, na zona de Belver.