O jornalista

Dele disse Joaquim Manso no obituário publicado da 1ª página do “Diário de Lisboa”: «Há artigos, crónicas e ensaios seus, frequentemente escritos dum jacto, que revelam não só um temperamento, mas também um mago na invenção. Como o príncipe que trovara, na sua juventude, mas que, quando um dia subiu ao trono, foi obrigado a despedir-se da poesia e da sua musa. Norberto de Araújo que escrevera «Novela de Amor Humilde», forçado pelas durezas impiedosas da luta pela vida, deixou o romance e refugiou-se na investigação histórica, onde, aliás, a fortuna não o desalentou» (cf. «Diário de Lisboa, de 25.11.1952).

Na sua edição de 6 de Abril de 1946, o «Diário de Lisboa» dedica páginas aos jornalistas que faziam o jornal: Dr. Norberto Lopes, Norberto de Araújo, Dr. José Ribeiro dos Santos, Artur Portela, Carlos Ferrão, Félix Correia, Manuel Nunes e Dr. Mário Neves, entre outros.

Nesse artigo, lembra-se, que Norberto Araújo havia entrado para o jornal após o seu regresso de Itália, enviado pelo «Diário de Notícias», após ter entrevistado Giovanni Giolitti, o político italiano de esquerda liberal que foi Primeiro-Ministro de Itália, cinco vezes entre 1892-1921. Giolitti, que se havia oposto à entrada de Itália na Grande Guerra, teve de enfrentar no seu último mandato as ocupações de fábricas pelos operários liderados pelo partido comunista e, assistir à ascensão dos fascistas liderados por Benito Mussolini que, em Outubro de 1922, marcharam sobre Roma, tomando o poder.

Igualmente se realça o contributo de Norberto de Araújo para o lançamento pelo jornal dos concursos das rainhas dos mercados e da festa das costureirinhas.

Ficou célebre a sua coluna semanal «Página de Quinta-Feira», bem como algumas grandes reportagens, crónicas e entrevistas que efectuou ao serviço do «Diário de Lisboa».

Ao fundar o boletim «Praia do Sol» a Junta de Freguesia da Caparica conhecendo o amor de Norberto de Araújo pela Caparica, convidou-o para Director, tendo ele enviado a seguinte carta:

Colaborou igualmente no «Notícias Ilustrado», dirigido por Leitão de Barros, com as colunas ‘Ontem e Hoje’, ‘A Semana Irónica’ e a ‘Semana Sentimental’:

(Hemeroteca Digital)