Inventário de Lisboa

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Capa do Fasc. 1, da autoria de MartinsBarata

A publicação desta obra teve a sua génese numa Conferência proferida por Norberto de Araújo, em 1939, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, na qual defendia que «a Nação é de todos, mas a cidade é de Lisboa, e à Câmara Municipal cumpre defender-lhe os bens de raiz, para o que deverá proceder ao seu inventário».

A sugestão seria acolhida pela Câmara Municipal de Lisboa e, em 1944, inicia-se a publicação do «Inventário de Lisboa», em edição da Câmara Municipal [1944-55], com capas do pintor Martins Barata e ilustrações de José Espinho.

O Dr. Jaime Lopes Dias (1890-1977), Director dos Serviços Centrais e Culturais da Câmara Municipal de Lisboa, no prólogo do fascículo I, explicava que «entre tantas publicações, felizmente, já editadas, acerca de Lisboa, nenhuma existe que mostre ao arqueólogo, ao historiador, ao artista, numa palavra, aos estudiosos, em obra de conjunto, o que, em verdade, a Cidade contém digno de estudo ou de admiração». E, segundo ele, as palavras de Norberto de Araújo na citada conferência encontraram eco, defendendo assim, que «uma catalogação bem orientada e ordenada, deveria constituir, sem dúvida, elemento apreciável para a defesa – no presente e no futuro – do património da Cidade…». Definido um plano, aprovado o mesmo, Norberto de Araújo convidado para o executar aceitou a incumbência de bom grado e assim nasceu o «Inventário de Lisboa».

E, ainda de acordo com o Dr. Jaime Lopes Dias, a obra «…pretendia ser a relação sumária de todos os monumentos, valores artísticos e documentais, espécies e principais exemplares de expressão olisiponense que se encontram dispersos pelas quarenta e três freguesias que constituem a Cidade».

Inicialmente planeada para incluir 23 fascículos, Norberto de Araújo não chegou a concluir a obra, apenas tendo saído 9 fascículos, sendo os restantes (10-12) da responsabilidade do escritor Durval Pires de Lima.

O Sumário da Obra:

I – Monumentos históricos

II – Sistemas defensivos

III – Paços e Palácios nacionais

IV – Outros palácios do património nacional

V – Palácios Municipais e Palácios Particulares

VI – Palácios Particulares (cont.)

VII – Palácios Particulares (cont.)

VIII – Palácios Particulares (cont.)

IX – Palácios Particulares (cont.)

X – Palácios Particulares (cont.)

XI – Igrejas paroquiais

XII – Igrejas paroquiais (cont.)

Ilustrada com fotografias da época a preto e branco de Horácio Novais, a obra mantem actualidade sobretudo do ponto de vista histórico, se bem que, nalguns aspectos, designadamente, o da afectação ou o uso actual de edifícios e palácios, se encontre obviamente desactualizada.

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No âmbito desta obra foi publicado um volume especial – Casas da Câmara de Lisboa, [1947-1951] – da autoria de Luís Pastor de Macedo e Norberto de Araújo. O volume foi enriquecido com ilustrações de estampas das colecções de Bárcia e Vieira da Silva, fotografias da colecção de E. Portugal e de Horácio Novais. A capa e montagem foram da autoria de José Espinho.

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