O Olisipógrafo

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O jornalista e ilustre olisipógrafo Appio Sottomayor, porventura o mais dedicado admirador e cultor da memória de Norberto de Araújo, apelidou-o,  na sua coluna O Poço da Cidade, no jornal «A Capital», na véspera do I Centenário do seu nascimento (20 de Março de 1989), como o homem que «… se tornou no mais poético e popular de quantos escritores tiveram a cidade por tema… e terá sido, de certa forma, o melhor dos olisipógrafos».

E isto porque, segundo Appio Sottomayor, entre todos os ilustres e eruditos olisipógrafos do deu tempo, «… Norberto Araújo foi o que melhor soube sair da descrição exacta, do raciocínio frio, da demonstração científica, para, a par da síntese de tudo isso, dar cor às pedras, às pessoas e aos lugares, emprestar-lhes vida e ver-lhes o lado da alma».

Entre as obras dedicadas à divulgação da cidade de Lisboa que tanto amava, destacam-se as «Peregrinações», o «Inventário de Lisboa» e as «Legendas de Lisboa», as quais, ainda hoje constituem obras de referência e de consulta obrigatória para quem se interesse pela temática olisiponense.

Já em 12 de Abril de 1980, o jornalista Baptista Bastos clamava no «Diário Popular» pela necessidade de se reeditar as Peregrinações numa local intitulada: Norberto de Araújo ignorado pela Câmara  – «Peregrinações em Lisboa» ainda por reeditar – até quando ?

Por ocasião do I Centenário, a Câmara Municipal de Lisboa evocou Norberto de Araújo, promovendo uma pequena exposição bibliográfica, inaugurada no dia 21 de Março de 1989, no Palácio Galveias, em Lisboa. Tal levou Appio Sottomayor, no artigo intitulado «Peregrino de Lisboa», publicado na coluna e jornal citados, a considerar que a maior homenagem que se poderia prestar a Norberto de Araújo seria a de reeditar as «Peregrinações».

Porém, a reedição só viria a concretizar-se, após várias peripécias, em 1992/93, com a edição em fac simile das «Peregrinações», em 16 volumes, pela Vega Editora, com o apoio da Fundação Cidade de Lisboa e dos Herdeiros de Norberto de Araújo e de Mestre Martins Barata. O texto da reedição foi enrequecido com ilustrações de Roque Gameiro e os desenhos originais de Martins Barata.

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